PFARMA PFARMA
  • Home
  • Notícias
    • Mercado
    • Carreira
    • Legislação
    • Estudos e Pesquisas
    • Eventos
    • Saúde
    • Cannabis Medicinal
  • Blog
  • Emprego
  • Estágio
  • Alertas
  • Seleções
    • Trainee
    • Mestrado | Doutorado
    • Residência Farmácia
    • Docente Farmácia
    • Concursos
Detalhes
Categoria: Estudo e Pesquisa
By Fapesp
Fapesp
08.Dez

Técnica modifica veneno de cascavel e permite criar fármaco que modula a coagulação sanguínea

laboratorio pesquisa 

Molécula isolada e administrada em pequenas doses pode impedir a formação de trombos que causam o acidente vascular cerebral (AVC), entre outras aplicações clínicas (Foto: Acervo dos pesquisadores)

 

 

Pesquisadores do Brasil e da Bélgica desenvolveram uma molécula de interesse farmacêutico a partir de uma proteína encontrada no veneno da cascavel, a PEG-collineína-1. Ao aplicarem uma técnica que a torna mais estável no organismo e resistente ao sistema imune, os cientistas obtiveram um potencial novo fármaco capaz de modular a coagulação sanguínea. Resultados da pesquisa foram publicados recentemente no International Journal of Biological Macromolecules.

“A técnica tem como objetivo manter a PEG-collineína-1 circulante no organismo por mais tempo, o que pode reduzir o intervalo entre as administrações caso se torne um medicamento. Além disso, reduz a degradação por componentes do organismo humano e melhora suas propriedades funcionais”, conta Ernesto Lopes Pinheiro Júnior, primeiro autor do artigo. Atualmente pesquisador na Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, Pinheiro Júnior realizou o trabalho durante seu doutorado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, com bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Chamada de peguilação, a técnica consiste em agregar polietilenoglicol (PEG) à molécula de interesse. Entre outras propriedades, o PEG diminui a interação com o sistema imune, além de impedir a formação de agregados que diminuem a atividade da molécula pelo organismo.

“A peguilação é bastante comum na indústria farmacêutica. Há 19 medicamentos que utilizam a técnica já aprovados. Essa é a primeira vez, porém, que o método foi usado em uma toxina animal, na sua forma recombinante [produzida em laboratório por um fungo geneticamente modificado]”, diz Eliane Candiani Arantes, professora da FCFRP e orientadora do estudo. A pesquisadora coordena o projeto Bioprospecção de toxinas animais com interesse biotecnológico a partir de ferramentas ômicas, apoiado pela Fapesp.

 

Veneno e remédio

Obtida da peçonha de uma subespécie de cascavel, Crotalus durissus collilineatus, a collineína-1 consome o fibrinogênio, composto presente no sangue responsável pela coagulação.

No veneno da cascavel, ajuda a causar a hemorragia em quem é picado pela serpente. Isolada e administrada em pequenas doses, porém, pode impedir a formação de trombos que causam o acidente vascular cerebral (AVC), por exemplo.

Quando utilizada em aplicações tópicas (diretamente na pele), a collineína-1 pode ter efeito contrário, coagulando o sangue em feridas de difícil cicatrização. Por isso, também tem grande potencial para uso em curativos.

Obter a molécula em quantidade suficiente diretamente da cascavel, porém, dependeria de manter um grande serpentário, com profissionais qualificados para extrair a peçonha. Mas, em trabalhos anteriores, o grupo já havia solucionado esse problema.

Ainda durante o mestrado na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Johara Boldrini-França, coautora do estudo, conseguiu clonar o gene produtor da collineína-1. Posteriormente, criou uma versão da levedura Pichia pastoris que carrega o gene da serpente que codifica a proteína.

Também coordenado por Arantes, o estudo de Boldrini-França continuou durante o doutorado e o pós-doutorado na FCFRP.

“Essa estratégia é bastante utilizada na indústria farmacêutica. Parte da insulina produzida hoje, por exemplo, é a partir de leveduras que produzem essa proteína humana”, afirma Boldrini-França, que atualmente realiza pós-doutorado na Universidade de Vila Velha (UVV), no Espírito Santo.

Além de não depender da extração de peçonha de serpentes, as vantagens incluem a facilidade de manipulação do microrganismo em laboratório, o baixo custo e a produção em escala, que pode ser feita em biorreatores.

 

Câncer

Durante estágio de pós-doutorado na Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, sob supervisão do professor Jan Tytgat, Boldrini-França resolveu testar a proteína recombinante – como é chamada a versão produzida pela levedura – em estruturas presentes em diversos tipos de tumores.

“Era algo improvável de dar certo, uma vez que a collineína-1 é considerada uma proteína grande e costumamos testar moléculas menores nos chamados canais iônicos, que são os alvos de alguns medicamentos contra o câncer”, relata Arantes.

Para a surpresa do grupo, a proteína recombinante agiu sobre um determinado tipo de canal para potássio presente em uma linhagem de tumor de mama, reduzindo a sua viabilidade sem afetar tecidos saudáveis. O trabalho foi publicado no ano passado na revista Scientific Reports.

Quando usada a versão peguilada da molécula, porém, não houve atividade anticancerígena. “A propriedade antitumoral não depende da atividade enzimática da molécula, apenas do tamanho dela, que bloqueia o canal para potássio. Com a peguilação, porém, ela ficou grande demais e não se encaixou nesse alvo”, diz Boldrini-França.

“Em muitos casos, a peguilação é capaz de levar uma molécula da bancada do laboratório para a indústria. É o que pretendemos agora”, encerra Pinheiro Júnior.

O trabalho integra outros dois projetos apoiados pela Fapesp, além de bolsa de doutorado e pós-doutorado. O artigo Towards toxin PEGylation: The example of rCollinein-1, a snake venom thrombin-like enzyme, as a PEGylated biopharmaceutical prototype está disponível para leitura online.

 

 

Este texto foi originalmente publicado por Agência Fapesp

 

 

Artigo anterior: Inflamação sistêmica pode influenciar efeito da maconha e risco de desenvolver psicose Inflamação sistêmica pode influenciar efeito da maconha e risco de desenvolver psicose Próximo artigo: Estudo revela risco do uso da hidroxicloroquina em associação com medicamentos para Alzheimer Estudo revela risco do uso da hidroxicloroquina em associação com medicamentos para Alzheimer

Novos conteúdos

  • Drogaria Venancio chega a Três Rios com 30 vagas de emprego para a primeira loja
    Drogaria Venancio chega a Três Rios com 30 vagas de emprego para a primeira loja
    Emprego 03.Nov
  • ACG integra oficialmente Nova Nordeplast e inicia nova fase como ACG Packaging Materials do Brasil
    ACG integra oficialmente Nova Nordeplast e inicia nova fase como ACG Packaging Materials do Brasil
    Mercado Farmacêutico 03.Nov
  • Libbs abre inscrições para o Programa Jovens Talentos 2026
    Libbs abre inscrições para o Programa Jovens Talentos 2026
    Emprego 03.Nov
  • 1ª farmácia do Brasil exclusiva para cannabis medicinal será inaugurada nesta segunda (3/11), em Curitiba
    1ª farmácia do Brasil exclusiva para cannabis medicinal será inaugurada nesta segunda (3/11), em Curitiba
    Mercado Farmacêutico 03.Nov
  • Rede de Farmácias São João realiza Convenção de Vendas com mais de 3 mil colaboradores no Estádio Beira-Rio em Porto Alegre/RS
    Rede de Farmácias São João realiza Convenção de Vendas com mais de 3 mil colaboradores no Estádio Beira-Rio em Porto Alegre/RS
    Mercado Farmacêutico 03.Nov
  • 45% das brasileiras sofrem com a incontinência urinária, revela estudo
    45% das brasileiras sofrem com a incontinência urinária, revela estudo
    Saúde 03.Nov
  • A saúde do homem vai além da próstata
    A saúde do homem vai além da próstata
    Saúde 03.Nov

Mais lido

  • Reportagem do Fantástico sobre genéricos provoca manifestações  de entidades farmacêuticas
    Reportagem do Fantástico sobre genéricos provoca manifestações de entidades farmacêuticas
    30.Jan
  • Como é calculada a dose do medicamento infantil?
    Como é calculada a dose do medicamento infantil?
    17.Abr
  • Abuso no uso de pílulas do dia seguinte
    Abuso no uso de pílulas do dia seguinte
    28.Fev
  • Resolução - RDC Nº 44/09 Anvisa
    Resolução - RDC Nº 44/09 Anvisa
    21.Ago
  • Anvisa RDC 20/2011 Controle de Medicamentos Antimicrobianos
    Anvisa RDC 20/2011 Controle de Medicamentos Antimicrobianos
    09.Mai
  • Especial RDC 44/2010 - Antibióticos
    Especial RDC 44/2010 - Antibióticos
    28.Out

Institucional

  • Quem somos
  • Contato
  • Politica de Privacidade
  • Política de Cookie
  • Mapa do Site

Especial

  • Coronavírus
  • Dengue
  • Farmacêutico

PFARMA é um portal de utilidade pública sem fins lucrativos