hpv-vacina

Com sua introdução no Brasil, pouco mais de 80% das adolescentes das Américas terão acesso à vacina contra o HPV, que protege contra dois tipos do vírus papilomavírus humano, causador de 70% dos casos de câncer de colo do útero, segunda causa de morte por câncer entre as mulheres da América Latina e do Caribe. “A medida terá um grande impacto na saúde das meninas de hoje e das mulheres do futuro, prevenindo a infecção pelo HPV e reduzindo a mortalidade pelo câncer do colo do útero”, disse o Diretor Adjunto da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), Jon Andrus. “Toda a evidência disponível confirma que a vacina é segura e efetiva”, acrescentou.

Em sua última reunião, em 12 de março, o Comitê Consultivo Mundial sobre Segurança das Vacinas (cuja sigla em inglês é GACVS), responsável por prestar assessoramento independente, fidedigno e científico à OMS, assegurou novamente sua confiança no perfil de segurança das vacinas contra o HPV.
Por sua vez, o Grupo de Especialistas em Assessoramento Estratégico sobre Imunização (SAGE) da OMS recomendou a vacina para países nos quais a prevenção do câncer do colo do útero seja uma prioridade de saúde pública, e nos quais sua administração seja custo-efetiva e sustentável. Estas posições são endossadas pelo Grupo Técnico Assessor em Doenças Preveníveis por Vacinação da OPAS.

Desde o lançamento da vacina contra o HPV, em 2006, mais de 170 milhões de doses foram aplicadas no mundo, e diversos estudos, que monitoraram durante anos centenas de milhares de pessoas vacinadas na Austrália, Europa e América do Norte, excluíram a ocorrência de eventos adversos graves ou permanentes.
O impacto na redução do HPV também foi alentador. Nos Estados Unidos, foram reduzidas à metade as infecções pelos tipos do HPV sobre os quais atua a vacina. Dados da Austrália e Dinamarca também demonstram redução de lesões pré-cancerosas no colo do útero entre as pessoas vacinadas.

Nas Américas vinte países, que representam em conjunto pouco mais de 80% das adolescentes da região, entre eles a Argentina, Canadá, Colômbia, México, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e agora o Brasil, aplicam a vacina contra o HPV por meio de seus programas públicos de imunização.

A vacina disponível atualmente previne contra dois tipos de papilomavírus humano (o 16 e o 18) que, juntos, causam 70% dos casos de câncer do colo do útero. O vírus é transmitido por contato sexual e causa lesões que podem evoluir para tumores no colo do útero. Para que a vacinação seja eficaz, deve ser aplicada antes do início da vida sexual.

Segundo estimativas da OPAS/OMS, 68.818 mulheres desenvolveram câncer do colo do útero em 2012 na Região e 28.565 morreram como consequência. No Brasil ocorrem 15.000 casos novos por ano e, em consequência, 4.800 mulheres perdem a vida, estima o Instituto Nacional do Câncer do Brasil.

O Brasil planeja vacinar 5,2 milhões de adolescentes do sexo feminino de 11 a 13 anos este ano, o que equivale a pouco mais de 20% do total. Em 2015 o país administrará a vacina a meninas de 9 a 11 anos e, a partir de 2016, desde os 9 anos. A vacinação será realizada em escolas públicas e privadas, bem como nas 36.000 salas de vacinação da rede pública de saúde.

Atingir altas coberturas de vacinação será importante para que a vacina alcance o seu máximo potencial de proteção. De acordo com as recomendações do governo brasileiro, as meninas vacinadas também deverão realizar, a partir dos 25 anos, exames ginecológicas para prevenir o câncer de colo do útero.

A Organização Pan-Americana da Saúde apoia a decisão brasileira de propiciar gratuitamente a vacina às adolescentes, num marco integrado para a prevenção e o controle do câncer de colo do útero. “A introdução universal da vacina contra o HPV demonstra o compromisso das autoridades e dos profissionais da saúde do Brasil”, destacou Cuauhtémoc Ruiz, responsável pelo Programa Ampliado de Imunização da OPAS/OMS.

Principais dados sobre as vacinas contra o HPV:

• Setenta por cento (70%) dos casos de câncer do colo do útero no mundo todo são causados por dois tipos do HPV (16 e 18).
• Há duas vacinas contra o HPV aprovadas pela OMS e registradas na maioria dos países.
• Ambas as vacinas previnem mais de 95% das infecções cervicais causadas pelos tipos 16 e 18 do HPV, e podem dar alguma proteção cruzada contra outros tipos oncogênicos do HPV menos comuns que causam câncer de colo do útero.
• Ambas as vacinas previnem a infecção, e portanto são mais eficazes se forem administradas antes da exposição ao HPV.
• As vacinas não combatem infecção com HPV preexistentes, nem a enfermidade diretamente associada ao HPV.
• O grupo alvo recomendado pela OMS para a vacinação é o das meninas de 9 a 13 anos de idade que ainda não sejam sexualmente ativas.
• A segurança destas vacinas está sendo monitorada atentamente, em estudos científicos que envolvem milhares de pessoas em vários países, e os resultados continuam a confirmar seu perfil de segurança.
• Pessoas infectadas pelo HIV podem vacinar-se.
• Quase todos os casos do câncer de colo do útero são causados por uma infecção persistente pelo HPV.
• A maioria das pessoas são infectadas pelo HPV pouco depois de iniciar a atividade sexual e a maioria destas infecções resolvem-se espontaneamente. Mas se a infecção persistir e não for detectada e tratada a tempo, poderá levar a um câncer do colo do útero.
• A vacinação contra o HPV não substitui os testes para detecção do câncer de colo do útero, como o Papanicolau, o exame de HPV e a inspeção visual com ácido acético.

A OPAS foi estabelecida em 1902 e é a mais antiga organização mundial de saúde pública internacional. Trabalha com todos os países do continente para melhorar a saúde e a qualidade de vida das pessoas da região. Atua como o Escritório Regional para as Américas da OMS e também é o organismo especializado em saúde do sistema americano.

Fonte: OPAS/OMS