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- Categoria: Saúde
- By Fábio Reis
Como a cannabis medicinal pode ajudar os pacientes
4 de fevereiro é o Dia Mundial contra Câncer, determinado pela Organização Mundial da Saúde com o objetivo de conscientizar e mobilizar a sociedade para promover a prevenção e o controle dessa doença.
Há 17 milhões de novos casos de câncer em todo o mundo a cada ano, um número que pode chegar a 27 milhões de casos anualmente até 2040. Na América Latina, segundo a Organização Mundial da Saúde, os países estão passando por uma transição epidemiológica, as populações estão envelhecendo, há mais industrialização, as dietas e os estilos de vida estão mudando, e com isso o perfil das doenças também muda. Há países como Brasil, Uruguai, Argentina e Chile, cujos perfis de câncer já correspondem aos de países mais desenvolvidos.
Países como Argentina e Brasil tem uma alta prevalência de câncer de próstata e mama, enquanto Bolívia e Peru tem uma alta prevalência de câncer de colo de útero e estômago. Assim, a América Latina apresenta uma dupla prevalência de câncer, com altas taxas tanto para o câncer associado a infecções que tradicionalmente afetam as regiões mais pobres do mundo como para o câncer associado a estilos de vida, que tradicionalmente está associado a regiões mais prósperas. No Brasil, segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer) a cada ano se registram 600 mil novos casos de câncer.
Para um problema de saúde pública tão grande que afeta tantas pessoas e suas famílias, há também um número crescente de pesquisas médicas. A cannabis não poderia ficar de fora: atualmente, centenas de cientistas ao redor do mundo estão estudando os possíveis usos de canabinóides contra o câncer.
De acordo com o Dr. Wellington Briques, Diretor Associado de Assuntos Médicos Globais da Spectrum Therapeutics, a divisão médica da Canopy Growth, os cuidados paliativos são a área que atualmente conta com mais evidências científicas.
"Os produtos à base de canabinóides têm sido usados há décadas para ajudar a reduzir a náusea e a perda de apetite causadas pela quimioterapia, ou para cuidados paliativos, aliviando a dor do câncer", explica o médico, especialista em medicina farmacêutica. No estudo científico "Canabinóides na Dor do Câncer**", realizado com 177 pacientes na Europa, observou-se uma melhora significativa na dor do câncer que não respondeu a outros tratamentos. Estudos clínicos em larga escala estão atualmente em andamento no Reino Unido para verificar o uso de ingredientes ativos de cannabis, como THC e CBD, para ajudar a controlar a dor severa causada pelo câncer***.
"Os resultados são encorajadores e incentivam cada vez mais pesquisadores a participar de novas pesquisas médicas, o que já está acontecendo em diferentes países ao redor do mundo", conclui Wellington Briques. "Para esta nova classe de drogas encontrar o seu caminho para o arsenal terapêutico moderno, uma revolução será necessária, ou seja, a pesquisa terá que avançar em todas as frentes que foram prejudicados desde a proibição do uso de cannabis no nos anos 30. Felizmente, mais e mais países têm feito progressos no uso de cannabis medicinal e, pouco a pouco, têm desfeito o estigma que a acompanhou".
* https://espanol.medscape.com/verarticulo/5900981_1
**https://www.cannabis-med.org/data/pdf/es_2010_01_1.pdf
***https://find.cancerresearchuk.org/?xss-q=cannabis+pain