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- Categoria: Saúde
- By Jornal da USP
Uso descontrolado de descongestionantes nasais coloca saúde em risco
Desconforto de nariz entupido pode ser aliviado com soro fisiológico; descongestionantes devem seguir orientação médica
O tempo seco e as queimadas, nessa época do ano, podem trazer alguns problemas de saúde com sintomas. É comum o caso de nariz entupido e, mais comum ainda, o uso de descongestionantes nasais. Nesta edição do Pílula Farmacêutica, a acadêmica Kimberly Fuzel, orientanda da professora Regina Andrade, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, apresenta um panorama geral deste tipo de remédio, informando como agem no organismo e os possíveis riscos à saúde.
O que são e como agem os descongestionantes nasais?
Kimberly adianta que para entender como esses medicamentos funcionam é preciso antes saber que a congestão nasal é provocada por inflamação, infecção, alergias e, até mesmo, condições anatômicas, como o desvio de septo. O nariz entupido, assegura, acontece “como mecanismo de defesa do nosso organismo para impedir” a entrada de elementos estranhos pelo nariz.
Quando algo irrita o nariz, conta a acadêmica, os vasos sanguíneos da região dilatam, o volume de sangue aumenta e os cornetos (tecidos esponjosos que ficam nas laterais da cavidade nasal, também incham, impedindo a passagem de ar, numa tentativa de se livrar do agente irritante.
Então, os descongestionantes nasais são usados para fazer a desobstrução, já que “possuem substâncias vasoconstritoras”, contraindo os vasos sanguíneos, diminuindo o fluxo de sangue local e reduzindo o inchaço “trazendo assim alívio imediato”, conta.
Efeitos colaterais dos descongestionantes nasais
Como proporcionam redução excessiva no tamanho dos vasos sanguíneos, o uso frequente dos descongestionantes nasais pode afetar a nutrição da mucosa nasal. Desta forma, alerta a acadêmica, o medicamento pode provocar “efeito rebote”, já que o organismo tende a compensar o problema com a dilatação do vaso sanguíneo. O resultado, segundo Kimberly, é um ciclo vicioso porque o indivíduo tende a aplicar constantemente o remédio, criando dependência para se sentir aliviado. A dependência gera a rinite medicamentosa em que a mucosa nasal perde a capacidade de contrair os vasos sem a ajuda do descongestionante.
Além desse problema, Kimberly avisa que o medicamento em excesso pode aumentar a pressão arterial e os batimentos cardíacos, sobrecarregando o coração. Por isso, “esses medicamentos são contraindicados para pessoas hipertensas e com histórico de problemas de coração”.
Os descongestionantes têm venda livre, mas, alerta a acadêmica, seus efeitos adversos comuns incluem arritmia cardíaca, taquicardia, hipertensão arterial, tromboses e dores de cabeça. E oferecem até risco de morte se usados em crianças muito pequenas. A acadêmica adianta que para evitar os riscos o descongestionante só deve ser usado com orientação médica.
Soro fisiológico é alternativa aos descongestionantes
O soro fisiológico, diz Kimberly, é uma boa alternativa porque pode ser reaplicado várias vezes ao dia e ainda manter a mucosa bem hidratada e livre de agentes nocivos. E deixa a dica: sempre que possível, é bom usar umidificadores de ambientes, evitar ar condicionado e beber bastante água.
Pílula Farmacêutica
Apresentação: Kimberly Fuzel e Giovanna Bingre
Produção: Professora Regina Célia Garcia de Andrade e Rita Stella
Coprodução e Edição: Rádio USP Ribeirão
E-mail: ouvinte@usp.br
Horário: segunda e quarta, às 10h40
Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 107,9; ou Ribeirão Preto FM 107.9, ou pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS .
Fonte: Jornal da USP